Como começar a investir passo a passo

Guia completo de como começar a investir passo a passo

Mesmo com a crescente popularidade dos investimentos, a maioria das pessoas não sabe como começar a investir e, por conta disso, começam a investir de maneira errada, quase sempre sem ter uma reserva de emergência ou correndo mais risco do que estão dispostas. Pensando nisso, neste post vou te mostrar como começar a investir passo a passo da maneira correta.

Como começar a investir

Antes de começar a investir, você deve estabelecer seus objetivos como investidor. Nesse sentido, não existe objetivo certo ou errado. Então, se seu objetivo for começar a investir para fazer uma viajem, comprar uma moto, um carro ou uma casa, saiba que não tem nada de errado nisso.

Da mesma forma, seu objetivo pode ser criar uma carteira previdenciária, isto é, uma carteira de investimentos que te permita se aposentar com tranquilidade, e o melhor, sem depender do INSS e, podendo ainda, escolher o melhor momento para se aposentar.

Outro exemplo muito comum de objetivo, é criar uma fonte de renda passiva com seus investimentos. Recebendo assim, uma renda periódica, sem precisar trabalhar ativamente para isso. Tendo a possibilidade, mas não a obrigatoriedade, de ir reinvestindo parte do dinheiro recebido para viver de renda no longo prazo.

E, independente de qual sua meta ou objetivo, investir é uma excelente forma de acelerar o processo. Visto que, ao investir, você se beneficia da mágica dos juros compostos, criando assim, uma bola de neve positiva — que trabalha a seu favor e não contra você.

Todavia, vamos ao passo a passo de como começar a investir:

Sair das dívidas

O primeiro passo para começar a investir é justamente, sair das dívidas, caso você tenha alguma. Isso porque, os juros cobrados em uma dívida, seja de cartão de crédito, financiamento ou empréstimo, sempre serão maiores que os rendimentos obtidos nos investimentos.

Então, esqueça esse papo que alguns “gurus” pregam de ir investindo enquanto você ainda têm dividas. Foque primeiro em quitar suas dívidas e depois em se planejar para investir. Inclusive, eu já fiz um post mostrando como sair das dívidas, confira:

Como sair das dívidas em 4 passos simples

Organizar suas finanças

Após sair das dívidas, vem o próximo passo, que é organizar suas finanças. E o que seria organizar suas finanças? Simples, é você entender, de fato, como estão suas finanças hoje e se programar para começar a investir.

Ou seja, entender qual é a sua renda média mensal; quais são suas contas mensais; qual as contas mais caras, as mais baratas; quais gastos são essências e quais não são; etc.

Fazendo isso, você passa a entender quanto de fato você gasta e quanto “sobra” por mês e, caso não sobre, o motivo de não sobrar.

Montar sua reserva de emergência

O próximo passo para começar a investir é montar sua reserva de emergência. Que nada mais é, do que uma quantia de dinheiro que você deixa “guardada” para quando acontecer um imprevisto ou emergência, como:

  • Quebrar um dente;
  • Sua geladeira queimar;
  • O pneu do seu carro furar;
  • Gastos médicos (hospital, remédios, etc.);
  • Você perder o emprego.

Assim, quando algum imprevisto ou emergência ocorrer, você estará preparado. Não precisando recorrer aos meios de “crédito”, que inclusive, costumamsair bem caro no Brasil.

Nesse sentido, o ideal é que você tenha de 6 a 12 meses do seu custo de vida guardado na reserva de emergência. Então, se você ganha 2 mil reais por mês, o ideal é que você tenha de 12 a 24 mil reais guardados na reserva de emergência.

Obviamente, você não precisa ter o valor total para começar sua reserva de emergência, podendo ir guardando valores que estão dentro do seu orçamento mensal.

E, para montar sua reserva de emergência, o ideal é que ela fique em uma aplicação que tenha três características básicas: segurança, rentabilidade e liquidez.

Nesse sentido, as melhores opções para reserva de emergência são:

  • Fundos DI;
  • Contas remuneradas (que pague no mínimo 100% do CDI);
  • CDBs de liquidez diária;
  • Tesouro Selic.

Importante: o pior lugar para deixar sua reserva de emergência é na poupança. Isso porque, apesar de ser uma aplicação segura e com alta liquidez, a rentabilidade da poupança é horrível — rendendo menos que a Taxa Selic, que é a taxa básica de juros no Brasil. E, em momentos como o atual, onde a Taxa Selic está alta, a rentabilidade da poupança fica ainda pior.

Estudar sobre investimentos

Após montar sua reserva de emergência, é hora de começar a estudar sobre investimentos. E pra quem está começando, é indispensável que você conheça e entenda as diferenças entre renda fixa e renda variável.

Renda Fixa

De forma resumida, quando falamos de renda fixa, estamos falando de empréstimos e, consequentemente, dívidas. Mas calma, que não é você que vai fazer uma dívida, você é quem vai emprestar o dinheiro.

Isso mesmo que você leu, quando você investe em renda fixa, você está emprestando seu dinheiro para outras pessoas e, em troca, recebe o valor com juros.

Nesse sentido, ao investir em renda fixa, você está investindo em títulos, que podem ser públicos ou privados. Quando você investe em títulos públicos, você está emprestando dinheiro para o governo (Tesouro Direto). Os principais títulos públicos são:

  • Tesouro prefixado,
  • Prefixado com juros semestrais;
  • Tesouro IPCA+, IPCA+ com juros semestrais;
  • Tesouro Selic.

Já nos títulos privados, você empresta seu dinheiro para instituições financeiras ou empresas. Os principais títulos privados são:

  • Certificado de Depósito Bancário (CDB);
  • Letra de Crédito Imobiliário (LCI);
  • Letra de Crédito do Agronegócio (LCA);
  • Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI);
  • Certificado de Recebíveis do Agronegócio (CRA);
  • Recibo de Depósito Bancário (RDB);
  • Letra Imobiliária Garantida (LIG);
  • Letra Hipotecária (LH).

Renda variável

Já na renda variável, você está investindo, de modo geral, em ativos, como imóveis, empresas, commodities (soja, café, ferro, carne, etc.), entre outros. Nesse sentido, os principais investimentos de renda variável são:

  • Ações;
  • Câmbio;
  • Derivativos;
  • Fundos de ações;
  • Fundo Multimercados;
  • Fundos Imobiliários (FII);
  • Exchange Traded Fund, ou fundos de índice (ETF);
  • Brazilian Depositary Receipt (BDR);
  • Commodities;
  • Stocks;
  • Reits.

Principais diferenças

Como é um tema extenso, recomendo que você dê uma lida nesse outro post, onde eu explico de maneira mais aprofundada as diferenças entre renda fixa e renda variável. Todavia, podemos resumir as principais diferenças da seguinte maneira:

Renda Fixa:

  • O indicador de referência é o CDI;
  • Investimentos mais simples e de baixo risco;
  • Possível garantia pelo FGC (não são todos os títulos);
  • Indicado para o investidor com perfil conservador;
  • Menor potencial de ganhos.

Renda Variável:

  • O indicador de referência é o retorno do Ibovespa;
  • Investimentos mais complexos e de alto risco;
  • Não possui garantias;
  • Indicado para o investidor com perfil moderado e, principalmente, arrojado;
  • Maior potencial de ganhos.

Entender seu perfil de risco

Após estudar e entender os investimentos de renda fixa e renda variável, é hora de você entender o seu perfil de risco.

Que nada mais é, do que a quantidade de risco que você aceita correr com seus investimentos. Pode parecer algo bobo, mas a maioria das pessoas perdem muito dinheiro investindo justamente por se exporem a mais risco do que suportam correr.

Consequentemente, em um momento de maior oscilação do mercado, isto é, quando o mercado está “caindo”, o medo toma conta do investidor que se expôs excessivamente ao risco e ele acaba se desfazendo de suas posições, acumulando assim, um prejuízo gigantesco — não apenas financeiro.

Vale dizer que, investir não é algo que deve tirar seu sono, então, se você está perdendo o sono por causa dos seus investimentos, muito provavelmente, você está investindo errado. Geralmente, se expondo a mais risco do que você aceita correr.

Nesses casos, a melhor coisa que você pode fazer é reavaliar seus investimentos, optando assim, por investimentos que estão alinhados com o seu perfil de risco e objetivos.

Por conta disso, é essencial que você entenda qual é o seu perfil de risco. E de forma resumida, existem três principais perfis de risco:

  1. Conservador;
  2. Moderado;
  3. Arrojado.

Conservador

O conservador, é aquele investidor que preza pela segurança em seus investimentos, evitando assim, investimentos que tenham maior risco e, consequentemente, maiores oscilações.

Investindo assim, majoritariamente em títulos de renda fixa. E quando se expõe a ativos mais arriscados, de renda variável, é em uma porcentagem muito pequena do seu capital, normalmente, entre 5 e 10% do capital total — até menos, dependendo da sua aversão ao risco.

Moderado

O moderado, é aquele investidor equilibrado, que aceita correr um pouco mais de risco em seus investimentos e, por conta disso, se expõe mais que o conservador aos ativos de renda variável, como ações e fundos imobiliários.

Aumentando não apenas o risco, mas também a possibilidade de retorno em seus investimentos. Dessa forma, sua exposição a ativos de renda variável fica entre 25 e 50% do capital total, e o restante, em renda fixa.

Arrojado

Já o arrojado, é aquele investidor que preza por maiores retornos e, consequentemente, se sente confortável em se expor majoritariamente em ativos de risco, como ações e fundos imobiliários.

Aumentando consideravelmente o risco e também a possibilidade de retorno em seus investimentos. Normalmente, sua exposição a ativos de renda variável é maior que 75% do capital total, e apenas uma parcela em renda fixa.

Outros perfis de risco

Obviamente, existem vários outros perfis de risco entre cada um dos citados acima. Porém, os três perfis citados já te dão uma boa noção para identificar qual é o seu perfil de risco.

Como falei anteriormente, investir não deve tirar seu sono, então, se uma oscilação de 5% nos ativos da sua carteira já é o suficiente para tirar seu sono, sem dúvida já passou da hora de você reavaliar seu perfil de risco e, consequentemente, seus investimentos.

Definir uma estratégia de investimentos

Após entender qual é o seu perfil de risco, é hora de definir uma estratégia de investimentos. Levando sempre em conta, os seus objetivos de curto, médio e longo prazo.

Apesar de não existir uma estratégia que funcione para todos, a melhor escolha que você pode fazer e que vai funcionar para todas as estratégias é: “nunca coloque todos seus ovos na mesma cesta”.

Apesar de ser um ditado bem antigo, é um ensinamento que funciona perfeitamente para os investimentos. Visto que, colocar todo o seu dinheiro em um único título ou ativo é a pior escolha possível.

Isso porque, por melhor que esse título ou ativo seja, imprevistos podem acontecer e, esse título ou ativo em questão, pode se tornar um péssimo investimento.

Para exemplificar, imagine que a Taxa Selic estava em 3% ao ano e você decidiu investir todo o seu dinheiro em um CDB prefixado, isto é, que possui uma taxa fixa, por exemplo, 7% ao ano. Porém, no mesmo ano, acontece algo desastroso na economia e a Taxa Selic dispara, chegando em 12% ao ano.

Essa diferença já seria mais que o suficiente para te fazer perder muito dinheiro, visto que, os CDBs não são isentos de imposto de renda. E, descontando o imposto de renda a rentabilidade será ainda menor.

Assim, independente de qual seja sua estratégia de investimentos, diversifique seus investimento. Com isso, você evita que um único investimento ruim acabe com a sua carteira.

Mas, vale lembrar que, existe uma enorme diferença entre diversificação e pulverização. Nesse sentido, a diversificação tem como objetivo diminuir o risco da sua carteira, já a pulverização não traz nenhum benefício.

Com 5 títulos ou ativos diferentes já é possível ter uma boa diversificação em sua carteira de investimentos.

Abrir conta em uma corretora

Após seguir os passo anteriores, chegou a hora de investir de fato. Para isso, você precisará escolher uma corretora de valores para investir seu dinheiro. Mas afinal, o que é uma corretora?

O que é uma corretora?

A corretora é quem vai fazer a intermediação entre você e os investimentos de renda fixa e renda variável. Obviamente, você pode investir por meio do seu banco, porém, a maioria dos grandes bancos cobram altas taxas para que você invista por eles.

Então, a melhor opção é utilizar uma corretora de valores, isso porque, a maioria das corretoras não cobram taxas para você investir. Ainda assim, pode ser interessante utilizar uma corretora que cobra taxas, dependendo dos serviços oferecidos.

Por isso é importante que você avalie cada corretora e veja qual faz mais sentido para você. Nesse sentido, as principais corretoras hoje para você começar a investir, são:

E se a corretora falir, eu perco meu dinheiro?

Apesar de ser um dos maiores medos dos investidores iniciantes, pode ficar tranquilo, afinal, a corretora é apenas uma intermediadora entre você e a bolsa de valores. Em outras palavras, seus investimentos não ficam na corretora, e sim na Bolsa de Valores do Brasil, a B3.

Sendo autorizada pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários) para operar no Brasil. Então, não tem com o que se preocupar nesse sentido. Dessa forma, caso a corretora venha a falir ou encerre suas operações no Brasil, basta pedir a transferência da custodia dos investimentos para outra corretora.

Mas, você precisa tomar cuidado caso tenha muito dinheiro parado na conta da corretora. Afinal, o dinheiro que fica na conta da corretora não está assegurado em caso de falência.

Então, caso a corretora venha a falir ou encerre suas atividades no Brasil, o dinheiro que ficou parado na conta da corretora pode sim ser perdido. Vale dizer que o mesmo ocorre para bancos e outras instituições financeiras — obviamente, dependendo de como a instituição “utiliza” esse dinheiro que está parado.

Todavia, é essencial que você invista por meio de uma das corretoras autorizadas pela CVM a operar no Brasil. Caso contrário, você não têm nenhuma garantia em caso de problemas.

Acompanhar e revisar sua carteira

Por fim, basta você acompanhar e revisar sua carteira periodicamente. Por meio da própria corretora é possível acompanhar seus investimentos, contudo, existem APPs e Serviços que são mais completos para esse fim.

Possibilitando assim, que você veja detalhadamente várias outras informações sobre seus investimentos; emita ordens de compra/venda; calcule e pague DARFs; e declare seu Imposto de Renda sem complicações. Alguns exemplos de APPs e Serviços para isso, são:

O ideal, é que você revise sua carteira no mínimo uma vez a cada 6 meses, realizando assim, as devidas alterações, se necessário.

Bom, esse foi o post de hoje de como começar a investir passo a passo.

Então, até o próximo post!

Leia também:

 

0 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *