O que é CRI e CRA

O que é CRI e CRA? Quanto rende?

Com tantas “letras e siglas” é comum confundir um investimento com outro quando se está começando a investir. Um bom exemplo disso, são os CRIs e CRAs, um investimento isento de imposto de renda e IOF que está se popularizando cada vez mais. Então, no post de hoje vou te mostrar o que é CRI e CRA, quanto rende, suas vantagens, desvantagens e como investir nesse título de renda fixa..

O que é CRI e CRA

Os CRIs (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificado de Recebíveis do Agronegócio) são investimentos de renda fixa mais arrojados, com ótima rentabilidade e foco no longo prazo.

São títulos semelhantes às LCIs (Letra de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letra de Crédito do Agronegócio), mas com algumas diferenças. Isso porque quem emite as LCIs e LCA são instituições financeiras, normalmente, bancos.

Já nos CRIs e CRAs, os título são emitidos pelas securitizadoras, empresas privadas que compram dívidas (do setor imobiliário e do agronegócio) e disponibilizam para os investidores.

Como funciona?

Então, imagine uma construtura que acabou de iniciar o processo de vendas de um prédio. A maioria dos compradores não possui o dinheiro para comprar um imóvel à vista, necessitando assim, de fazer o financiamento do imóvel.

Com isso, a maior parte dos imóveis disponibilizados para venda só será pago ao longo de 10, 15, 20, 30 anos ou mais. E, para iniciar um novo empreendimento, a construtora precisará de recursos.

Contudo, levará anos para a construtora receber o valor dos imóveis financiados diretamente com ela.Então, para conseguir recursos para o seu próximo empreendimento, ela pode utilizar de um CRI.

Para isso, ela busca uma securitizadora, que compra as dívidas de quem ainda está pagando o financiamento do imóvel. Em seguida, a securitizadora “junta todas essas dívidas”, calcula os valores a receber e define a rentabilidade (exemplo: IPCA +5%), emite os CRIs e disponibiliza aos investidores.

Dessa forma, a construtora cede os direitos de recebimento e, em troca, consegue recursos para financiar seu próximo empreendimento. Já a securitizadora, fica com os direitos de recebimento — obviamente, lucrando com a operação —, disponibilizando para os investidores na forma de CRIs.

E o investidor, ao investir em um CRI, compra parte dessa dívida de quem ainda está pagando seu imóvel e, consequentemente, passa a ter o direito de receber os valores com juros.

E os CRAs?

A lógica é a mesma, porém, são dívidas do agronegócio (insumos, maquinários, etc.).

Quanto rende?

Semelhante aos demais títulos de renda fixa, os CRIs e CRAs possuem três diferentes tipos de rentabilidades, são elas:

  1. Prefixada;
  2. Pós-fixada;
  3. Hibrida.

Com isso, seu investimento pode render a uma taxa fixa (prefixada). Fazendo com que você tenha sempre a mesma rentabilidade, por exemplo, de 10% ao ano.

Mas, os CRIs e CRAs podem render a uma taxa variável (pós-fixada) como é o caso dos CRIs e CRAs atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário), e que podem render 100% ou mais do CDI.

Podendo ainda, ter um rendimento hibrido. Isto é, que possui tanto uma taxa fixa quanto variável, normalmente atrelada à inflação (IPCA ou IGP-M) — Exemplo: IPCA + 5%. Garantindo assim, um ganho real nos seus investimentos.

Vale destacar que os CRIs e CRAs são isentos de imposto de renda e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Dessa forma, a rentabilidade que é mostrada ao investir em um CRI ou CRA, já é a líquida.

Rende mais que a poupança?

Sim. Os CRIs e CRAs, em geral, rendem muito mais que a poupança. Uma vez que, o rendimento da poupança segue a seguinte regra:

  • Selic maior que 8,5% ao ano: o rendimento da poupança será de 0,5% ao mês + Taxa Referencial (TR);
  • Selic menor que 8,5% ao ano, o rendimento da poupança será de 70% da Selic + Taxa Referencial (TR).

E, como os CRIs e CRAs são investimento mais arrojados, tendem a ter uma rendimento bem atrativo, normalmente, atrelados à inflação (IPCA ou IGP-M).

Vale a pena investir em CRI e CRA?

CRIs e CRAs são uma opção interessante para diversificar sua carteira de investimentos, visto que, eles são isentos de imposto de renda e, em geral, possuem uma rentabilidade mais alta que os demais títulos de renda fixa, normalmente, atrelada à inflação.

Contudo, é importante dizer que, os CRIs e CRAs são investimentos de médio e longo prazo, isto é, são investimentos com vencimentos em 5 anos ou mais — podendo inclusive, chegar a mais de 15 anos.

Então, não são uma boa opção para quem está querendo montar a reserva de emergência ou precise do dinheiro no curto prazo. Mas, se você já possui uma reserva de emergência e quer diversificar seus investimentos de renda fixa, pode sim ser uma boa alternativa.

É seguro investir em CRI e CRA?

O maior risco de se investir em CRIs e CRAs é o risco de crédito, isto é, o risco de inadimplência por parte de quem ainda está pagando a dívida.

E, diferente de como acontece com as LCIs, LCAs, CDBs, os CRIs e CRAs não são garantidos pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito). Que garante até 250 mil caso a instituição financeira que emitiu o título enfrente problemas financeiros.

Além disso, CRIs e CRAs são considerados ativos de baixa liquidez — que é a capacidade de você transformar um título ou ativo em dinheiro.

Isso quer dizer que, se você precisar resgatar o título antes do vencimento, pode demorar muito para conseguir, de fato,vender o título no mercado.

Então, apesar da Isenção de IR e da rentabilidade atrativa, é essencial considerar também esses fatores antes de investir em um CRI ou CRA.

Como investir em CRI e CRA?

Apesar de ser possível investir pelo seu banco, a melhor forma de investir em um CRI ou CRA é por meio de uma corretora de valores.

Uma vez que, por meio da corretora, você terá acesso não apenas aos CRIs e CRAs, mas também a diversos outros tipos de investimentos, tanto de renda fixa (CDB, LCI, LCA, Tesouro Direto, etc.) como de renda variável (Ações, FIIs, ETFs, etc.).

Bom, este foi o post de hoje sobre o que é CRI e CRA.

Então, até o próximo post!

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