Por que o Barsi não investe em FII?

Por que o Barsi não investe em Fundos imobiliários?

É comum ver vídeos, posts, e centenas de comentários falando que o megainvestidor Luiz Barsi não entende nada de FIIs (Fundos de Investimento Imobiliário), devido às suas falas sobre o tema. Mas afinal, por que o Barsi não investe em FII? Apesar de simples, a resposta é um pouco extensa e envolve diversos fatores, conforme você perceberá ao longo do post.

Por que o Barsi não investe em FII?

Apesar das vantagens de se investir em FIIs, o megainvestidor Luiz Barsi se mantém longe desta classe de ativos. Mas afinal, por que o Barsi não investe em FIIs? E, apesar de existirem outros motivos, os principais motivos para alguém com patrimônio bilionário, como o Barsi, não investir em FIIs, são:

Liquidez

O primeiro motivo pelo qual o Barsi não investe em fundos imobiliários é a liquidez do mercado de fundos imobiliários. E, nessa hora, muitos esquecem que o Barsi é um megainvestidor, com patrimônio estimado em R$ 4 bilhões.

Isso significa que, para o Barsi investir em um determinado ativo, esse ativo precisa de altíssima liquidez — na casa das dezenas/centenas de milhões de reais por dia.

Pegando como exemplo os principais e mais negociados fundos imobiliários da Bolsa, podemos observar que sua liquidez média diária está na casa dos milhões e, alguns, chegando na casa das dezenas de milhões.

Um valor irrisório perto do patrimônio do Barsi. Com isso, sempre que o Barsi fosse fazer uma movimentação (compra ou venda), ele acabaria alterando significativamente o preço de mercado das cotas do fundo, para cima ao comprar e para baixo ao vender.

Até porque que, o aporte de alguém como o Barsi, que ganha o equivalente a R$ 1 milhão por dia, não é de R$ 100, R$ 5 mil ou R$ 10 mil, mas sim de dezenas de milhões de uma única vez. Ao passo que, a maioria das ações que o Barsi investe, possui liquidez média diária na casa das dezenas/centenas de milhões. Facilitando assim, o aporte mensal e uma possível venda do ativo.

Comparação entre a liquidez média diária dos Fundos imobiliários (esquerda) e das Ações (direita) – Dados: StatusInvest

Imposto de Renda

De acordo com o inciso III do art. 3º da Lei 11.033/2004, alterada pelo artigo 125 da Lei 11.196/2005, os rendimentos de fundos imobiliários são isentos de imposto de renda para pessoas físicas desde que respeitado o disposto nos incisos I e II do parágrafo único do art. 3º da Lei 11.033/2004:

  1. o Fundo de Investimento Imobiliário possua, no mínimo, 50 (cinquenta) cotistas;
  2. o cotista não possua cotas que representem 10% (dez por cento) ou mais da totalidade das cotas emitidas pelo Fundo de Investimento Imobiliário ou cujas cotas lhe derem direito ao recebimento de rendimento superior a 10% (dez por cento) do total de rendimentos auferidos pelo fundo.

E, por mais que existam fundos com patrimônio superior a R$ 1 Bilhão, na maioria dos casos, o patrimônio investido do Barsi superaria 10% das cotas emitidas pelos fundos. Fazendo com que o investimento no fundo imobiliário deixe de ser isento de Imposto de Renda, perdendo assim, parte da sua atratividade.

Já no caso das ações, elas podem remunerar seus acionistas de diversas formas, sendo a principal delas na forma de dividendos, que são isentos de imposto de renda, ao menos, até o momento. Dessa forma, para um megainvestidor como o Barsi, não compensa pagar imposto por um rendimento que, neste caso, é inferior ao recebido por suas ações.

Potencial de valorização

Outro fator muito importante é o potencial e valorização do ativo. Nesse sentido, por melhor que seja o fundo imobiliário é, literalmente, impossível que ele se valorize 100 vezes, quem dirá 10 vezes. Ao passo que, investindo em boas ações, o potencial de valorização é infinito.

E, de fato, não faltam exemplos de ações que se valorização 10, 20, 50, 100 vezes na bolsa — tanto na B3 (Brasil Bolsa Balcão, a bolsa de valores brasileira), como nas bolsas do exterior (Nasdaq, NYSE, etc.). O próprio Barsi sempre menciona sobre ações que ele comprou por centavos e hoje valem dezenas de reais.

Rendimentos

Ainda ligado ao ponto anterior, ao investir em uma ação por centavos e, receber em rendimentos (dividendos, JSCP, etc.), valores superiores ao que foi pago na ação, faz com que o YOC (Yield On Cost) seja absurdo.

Para exemplificar, imagine que o Barsi pagou centavos em uma determinada ação, ficando com um preço médio de aquisição de R$ 0,50 (cinquenta centavos). E, anos mais tarde, receba em rendimentos um total de R$ 2,50. Fazendo com que seu YOC seja de, míseros, 500% naquele ativo. E, mesmo descontando a inflação no período, o ganho real ainda é absurdo.

Já no caso dos fundos imobiliários, mesmo comprando em momentos de queda acentuada, dificilmente você conseguirá um YOC — consistente — superior a 15%. Obviamente, é possível ter um YOC superior a 15%, porém, você precisará correr um risco absurdo, investindo em fundos de altíssimo risco.

Conclusão

Por fim, é importante dizer que, apesar de não valer a pena para um megainvestidor como o Barsi, para nós, pequenos investidores, vale muito a pena investir em fundos imobiliários.

Uma vez que, fundos imobiliários contam com isenção de imposto de renda; pagam ótimos dividendos mensais (na maioria dos casos); e possuem alta liquidez para pequenos investidores, com patrimônio menor que R$ 10 milhões. Além de ser uma excelente opção de diversificação para sua carteira previdenciária.

E bom, agora você já sabe a resposta para essa pergunta polêmica: por que o Barsi não investe em FII?

Então, até o próximo post!

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